Time Traveller

     

terça-feira, abril 29, 2003

 
Achados e perdidos
Um dia muda-se escola, de cidade, de telefone, de e-mail, de vida... Assim vamos caminhando, sem muitas vezes notarmos o que deixamos para trás. É, a vida continua. Mas tem coisa que não dá pra se conformar em ter perdido assim de bobeira. Então vou abrir este achados e perdidos. Se você também perdeu algo e ainda não desistiu de procurar, essa é sua chance.

Camila Melachauskas
Também atende pelo nome de Milla. Natural de Campinas, conhecida na UNESP de Botucatu como Nordete, iniciou o curso medicina em 1999, parou em 2000, retornou em 2001, sumiu. Platão? Faculdade? Colapso nervoso? Mudou-se para Fortaleza? Evaporou?
Se você conhece o paradeiro desta avisem neste mesmo Blog, por favor. Milla ficou de cuidar do Selo, meu cavalo de traços, e sumiu, não tive mais notícias de ambos.
Obrigado.

Ah! aqui vai o retrato falado, congratulem a artista pela obra.






segunda-feira, abril 28, 2003

 

Bartolomeu:
Putz, como eu poderia deixar aquele cachorro de fora?! É, cachorro mesmo, tomba lata, uma mistura de Akita com Mastin (?) grande e desajeitado. Foi presente da Kota para a república das meninas .
O meu relacionamento com o Bart demonstra como toda vida a dois é possível com um pouco de suor e conversa de ambas as partes. Quando elas o ganharam, já bem grandinho, eu cheguei a pensar em nunca mais aparecer por lá. Eu adoro cachorro mas aquilo... aquilo era um monstro saltitante comedor de canelas. Era eu atravessar o portão e ter que arrastar ele por todo jardim até entrar na casa.
Certo dia, a conselho da Kota, eu resolvi conversar com ele. Depois de ter a mão quase arrancada, muitas dedadas no focinho e um longo papo sobre quem era o chefe ali, decidimos iniciar uma amizade. Não demorou muito era eu quem corria atrás dele no jardim, babava nele quando ele sentava obediente ou com seus 30 quilos dormia no meu colo. Nunca mais consegui sair daquela casa sem estar suja de terra, com a barra da calça babada ou com alguma escoriação. Mas valeu a pena.
Então se ele for um cachorro, não espere que ele fique pensando em você quando estão longe, leve-o para passear, divirtam-se e saiba que ele não estará para sempre que você, mas lembre-se, se ele for um bom cachorro, os cães nunca esquecem.

Putz, assim que conseguir um scanner "atualizo" a foto dele.



quinta-feira, abril 24, 2003

 
Novs:
A Novs é uma dessas meninas com cara de boa garota, por isso a gente nem estranha quando vê ela abraçando árvores, falando com os cachorros como se eles fossem gente ou com dó das crianças africanas que ela nunca viu. Também esquecemos a idade dela quando ela faz birra que não quer comer nada verde, que não vai jantar ou por ela achar que, se ela fechar os olhos e se concentrar, o mundo vai sumir.
Diz a lenda, que lá na cidade dela, quando bate a meia noite, ela assume a sua personalidade femme fatale e deixa a boa menina de lado. Mas eu não acredito que seja ela. Novs tem um lado escuro, que protege ela do mundo e as vezes ela se perde por lá e todo mundo acha que ela é assim. Porem no fundo ela é só uma criança sabida e se alguém tiver algo contra ela... bem, ela não é como vocês.
O que podemos esperar dela? Realmente não sei. Dificilmente ela irá pedir alguma coisa, se você não tem quatro patas não espere que ela lhe afague e se você não tem muita disposição nem tente encarar os momentos de crise dela. O que mais me divertia nela é que eu podia falar para ela "me conta uma história da sua vida" e ela me contava ou eu narrava todo o ultimo livro que tinha lido e ela ouvia ou roubava o cobertor dela para ela sair e, bom, ai não tinha jeito. Mas as vezes ela topava fazer um programa mala como ir até Bauru domingo de manhã só pra comer no McDonalds, participar de um tal teoria da conspiração de nem sei mais o que ou até mesmo experimentar algo verde!
É bom saber que nem tudo é tão fugaz na nossa vida. É duro convencer ela a vir pra Sampa, mas quantas pessoas conseguem manter uma amizade a distância por tanto tempo e ainda se fazer sentir presente?
Da ultima vez que nos vimos eu fui dar um passeio em Botucatu, eu chegando e ela saindo, cinco minutos. Eu diria que aquela foi a segunda pior viagem da minha vida. Todo mundo parecia estar de saída... Mas não quero reclamar. Perdemos a vontade de reclamar ou quando a coisa não tem mais importância ou porque sabemos o que realmente tem importância.


"Embora nenhum de nós vá viver para sempre, as histórias conseguem. Enquanto restar uma criatura que saiba contar a história e enquanto, com o fato de ela ser repetida, os poderes maiores do amor, da misericórdia, da generosidade e da perseverança forem invocados continuamente a estar no mundo, eu lhe garanto que... será suficiente"
`O Dom da História - Uma fábula sobre o que é suficiente´
Clarissa Pinkola Éstes
PS: foi presente da Novs


 
Xambrada:
Já vou avisando, a Xam não é desse mundo. Mas também não dizer direito de onde ela é. Só vendo para entender. Nem atenta nem alheia, ela é uma figura que, apesar de figura, consegue passar na moita sem nem ao menos saber que está na moita. Mas falar da Xam mesmo só fazendo metáforas absurdas. Então vou falar de nós, se me dissessem que houve um motivo para mim ter feito aquele primeiro ano de faculdade eu diria "resgatar a Xam".
Eu conheci a Xam na porta do hospital na primeira semana de aula. Na verdade fui eu quem levou ela para o hospital mas ela estava meio que desmaiada, simplesmente ficou branca no meio da fazenda, sei lá, muita festa, pouca comida.
Na segunda vez foi na festa do trocado, foi o ultimo porre que ela tomou pelo menos enquanto eu estava lá. Resgatei a Xam, já pra lá de Marraquesh, do meio da multidão antes que algo de ruim acontecesse. Ela sumiu por uma semana e nunca tocamos no assunto, acho que ficou mais de um ano sem beber. A Xam é dessas poucas pessoas que consegue tirar coisas boas das cabeçadass que leva da vida mas ela faz isso sozinha.
Depois veio a crise familiar e pela primeira vez ela chorou e sabíamos o porque. Depois deu umas risadas comigo e com a Novs.
Em Julho de 2000 tentamos ir no aniversário da Monta em Caieiras, fomos no famoso trem que leva a Franco da Rocha e não é que o dito cujo quebra, a rede elétrica entra em curto e nós no meio do tumulto numa noite escura e chuvosa. Deu até para ver a Xam ficando branca que nem daquela vez no hospital. "Calma, Xam", que mais eu podia dizer?
Calma Xam, por onde você anda?
Em Botucatu? Sampa? Marte?
Uma vez foi ela quem me resgatou, lá no orelhão perto da praça. Mas isso ninguém sabe, porque as coisas de Xambrada ninguém sabe.


terça-feira, abril 22, 2003

 
Kagada:
Quando eu conheci a Lilian, apropriadamente apelidada de Kagada, ela não sabia que existiam tipos de bananas diferentes, que existe um treco chamado IPTU ou qual a diferença entre detergente e sabão em pó. Puxa, até que eu to orgulhosa dela agora que ela vai morar sozinha no Texas. Bom, durante o tempo que ela morou comigo ensinei muita coisa a ela, só não consegui fazer com que ela parasse de comer maçã picadinha no potinho ou a passar uma água no copo sujo de achocolatado antes de colocar na pia (para alegria das formigas que dividiam o ap conosco).
Kagada é neurótica, obsessiva e dramática que só vendo. Em época de prova eu estabelecia uma distância preventiva dela, mas apesar disso não era difícil viver com ela. Eu chegava em casa tarde e ela estava me esperando pra assistir jogo do milhão ou então chorando e rindo porque estava de saco cheio da facul. Alias, ela estava de saco cheio desde o primeiro dia de aula, mas ela terminou a faculdade e eu não.
Viver com ela é uma piada, da pra relevar seus picos de mal-humor. A gente briga mas se entende. Sempre achei que se você não tem liberdade para discutir com alguém ou se ofender um pouquinho é porque também não condições para se relacionar com essa pessoa. Quando eu saí do ap quebramos um pau homérico pra ver quem ia pagar a quebra de contrato (as vezes tenho a impressão que certos itens de todo relacionamento também deveriam constar em contrato) no fim eu que paguei a conta. Do mesmo jeito que fui eu quem telefonou para ela uns meses depois por achar que uma amizade deveria valer mais do que uma discussão, como também não ligo de ouvir todas as suas neuroses quantas vezes forem necessárias para ela. Meu único desapontamento é que ela ainda não entendeu que amigo é mesmo para todas essas coisas.


domingo, abril 20, 2003

 


Cacau, Eu, Monta e Kota - Agosto de 1999

 
continuando a roupa suja...

Kota:
Marikota, Maria Regina, com um nome deste vão pensar o que? Marikota é Botucuda, caipora filha de paulista, aquele tipo de menina do interior que sabe tudo do campo mas gosta de ser cosmopolita. Intragável!!! Ou você a ama ou odeia.
Putz, como eu odiava ela e a recíproca era verdadeira. Marikota e Cacau, Marikota e Monta, Marikota e Kagada, dinâmicas questionáveis. Marikota e eu, um dia a Xupeta fica com o cara que eu estava afim e Marikota e eu; odiamos Xupeta.
Marikota nunca estudava, colava, as vezes ela decorava, do mesmo modo como sabia todas as chapas de carro da cidade. Marikota nunca se calava, se tem que dar bronca em alguém, ela é a pessoa para o serviço. Marikota não se inibe em pedir ou em mandar, nem em fazer, dividir ou rir porque, na verdade, amigo é para essas coisas.
Tenho certeza que se alguém é capaz de compartilhar todos os bons momentos e os maus que ficaram na memória, ela é uma dessas pessoas. Lá em Jabotical ela vai deixar saudades, mas não preciso me preocupar com a distância. Enquanto Jaboticabal não chega, Marikota ataca de responsa, faz estágio em Sampa, mas a cidade não é para ela. Lá em Botucatu ela é estrela, aqui é como nós, multidão.



Monta:
Logo que eu mudei para Botucatu fui morar numa pensão, a Carol, ou melhor, a Monta foi a primeira pessoa que eu conheci por lá. Minha vizinha, primeira impressão, achei ela arrogante, mas eu tinha acabado de chegar na cidade. Afinal ela não era má pessoa, ia pra faculdade comigo de carona. Eu me mudei para um ap e ela continuou na pensão. Fazia o tipo nerd-depressiva-carente-mandona, mas eu gostava dela e nunca dei muita bola para o jeito temperamental dela. Durante um bom tempo nós nos divertimos. Em julho conheci o Marcelo, primo dela. Ela adorava a idéia de me ver junto com ele e depois que ele foi embora só me falava dele, o quanto éramos parecidos e tal. Acho que quase me apaixonei pela idéia que ela me deu dele. Mas ele não era bem o que ela falava e hoje ele não fala mais comigo.
Bom, cunhadas a parte, as coisas iam bem, eu acho. No ano seguinte, depois de várias crises depressivas, ela mudou pra república da Cau, da Xam e da Novs. Dividia o quarto com a Xam e se davam bem, foi bom pras duas. Meses depois eu voltei pra Sampa.
De vez enquando escrevo pra falar oi para elas, as vezes ela me responde, outras não. Da ultima vez falei que ela andava sumida. Ela disse que a mãe dela sabia onde ela estava e que andava sem tempo para escrever e eu tinha sido escolhida aquele dia como o e-mail que ela responderia.
Eu deveria ficar lisonjeada, não? Não entendo o conceito de tempo para algumas pessoas, só sei que o meu funciona assim; ele deve ser utilizado com coisas que valem a pena. Talvez as coisas tenham mudado e hoje não valha mas gastar comigo, nesse caso eu tenho que entender, amigos são para essas coisas. De qualquer forma prefiro não pensar que existe outra resposta.


quinta-feira, abril 17, 2003

 
Amigo é para essas coisas...
Quando fazemos um amigo o qual passamos 15 horas diariamente junto parece que aquilo nunca vai acabar, mesmo assim, por melhor que esteja, somos obrigados a assumir coisas novas na nossa vida que passam a dividir espaço com as velhas e, eventualmente, tomam o lugar delas. Quando eu larguei a faculdade achava que tudo ia ficar lá como eu tinha deixado, três anos em julho, muita gente sumiu da minha vida. Eu fui sumindo da minha vida.
Muita coisa mudou na vida destas pessoas, hoje elas reclamam uma das outras. Uns reclamam para mim, desculpe a inocência, prefiro que não reclamem pois eu não estive por lá pra dizer o que mudou. Mas elas nunca reclamam com o sujeito da reclamação.

Então esta semana vou lavar a roupa suja e vou falar o que eu lembro, beleza?



Cacau:
Foi por causa dela que isso tudo começou, por falarem que ela se aproveitou de mim. Deixe-me refletir um pouco.
Não que conversemos muito hoje, nem acho que conversávamos na época. Tínhamos em comum o nosso mundo e ele não está mais lá.
Cacau um dia me convidou para entrar e eu nunca mais saí. Dizem que ela andava comigo porque assim tinha carona, bom, se era por isso ela pagou um preço alto; me agüentou, ficou com o D.A. de herança, teve que ir pra Brotas comigo, ajudar na minha mudança entre outras tantas coisas.
Prática, devia ser difícil aguentar todo meus sentimentalismo. Ela era daquele tipo de pessoa que fala com todo mundo, que resolve tudo. Tem uma reclamação do seu Lula? "Então tu fala com ele". Com ela não tinha drama, puta inveja disso!
E haja energia. Cacau passava cola pra todo mundo, tem o pensamento mais rápido que eu conheço. E limpar o vomito da Kota do tapete da república de madrugada, isso eu não faria. Deixar que eu matasse minha carência canina com o cachorro delas foi um gesto nobre.
Quem passava a tarde de sexta comigo fazendo hora no Lajeado, arranjando festa para ir, inventando almoço de domingo deve ter me usado mesmo, thanks!
Quando eu saí de lá algo já parecia estar mudando, talvez a greve, talvez a idade, talvez a perspectiva de tempos mais duros, não sei mesmo o que aconteceu. Não me importa, amigo é pra essas coisas! Um dia a gente se vê por ai e põe o tempo em dia.



sexta-feira, abril 11, 2003

 
Da primeira impressão:

"A primeira impressão é a que fica" diz o ditado. Qual sua primeira impressão? Qual seria a sua impressão sobre si mesmo? É possível? No decorrer dos últimos anos fiquei surpresa ao descobrir que passo a idéia de ser uma má pessoa. Bom, meus amigos até que são bonzinhos comigo hoje. Hoje dizem "quando te conheci te achei arrogante, mas é só seu jeito mesmo" ou "tão séria, achava que você era brava". Minha amiga Lígia que foi minha professora de espanhol disse "eu tinha certeza que você ia me causar problemas". Pobre de mim, tão doce, tão alegre... Mas se você perguntar a minha "segunda" impressão sobre mim mesma eu diria que talvez eu seja um pouco de tudo isso ou talvez essa primeira impressão que deixamos é só aquilo que queremos mesmo; um pouco marginal, transgressora de regras, séria, impondo respeito, demonstrando confiança e credibilidade. A verdade é que depois de 25 anos ainda não decidi o que quero ser e ainda sim somos uma espécie que se julga capaz de dizer quem o outro é apenas com um olhar.



quarta-feira, abril 09, 2003

 
Dos filmes catastrofes (ou catastróficos)

Ontem assisti a um filminho chama "O Núcleo" , dêem uma olhada na sinopse:
"Por razões desconhecidas, o núcleo da Terra parou de girar e o campo eletromagnético do planeta começa a se deteriorar rapidamente. A vida em todo o globo muda dramaticamente. Tentando solucionar a crise, membros do governo enviam uma equipe de cientistas ao núcleo da Terra. A missão deles é detonar uma bomba nuclear para reativar o núcleo e salvar o mundo da destruição.". Bom, nem vou comentar o roteiro... Preciso mencionar que eles chegam ao centro da terra numa nave em forma de broca gigante? Se eu começar a falar dessas coisas vou precisar de um blog só pra comentar os furos.
Que saudades dos bons e velhos filmes catástrofes, que saudades daquele tempo que não vivi quando em dezembro de 1974 Paul Newman e Steve Macqueen dividiam cena a cena tentando safar-se de um prédio em chamas em "Inferno na Torre". Até as catástrofe em 1974 eram mais simples de serem resolvidas. O mundo anda complicado.


terça-feira, abril 08, 2003

 
Da primeira crise alcoólica

Dizem que o primeiro porre é inesquecível, já eu, com minha memória inabalável, lembro de todos! Sim, todos os 3, porque sou uma garota de família, né?
Minha mãe gosta de falar da importância dos rituais de passagem, uma coisa meio primitiva e aborígine, mas funciona. Os judeus fazem um bar-mitzva, já nós, estranhos ocidentais cristianizados, enchemos a cara para dizer que já somos maduros o suficiente.
Olhando pra atrás, oito anos (putz, to ficando velha!), eu vejo como foi importante aquele porre (não riam, mas uma cuba-libre já foi de bom tamanho). Vi as coisas de uma perspectiva realmente mais adulta sentada na calça em frente o extinto Noni-noni no Bexiga. Enquanto meu então amado Ricardo se divertia lá dentro a irmã dele segurava minha testa e eu zonzinha choramingava. Ah sim, porque eu sou daquelas bêbadas choronas.
Em Botucatu também passei da conta, agora com uma mistura básica de amarula, cuba, sex-on-the-beach e cerveja. Como eu já estava esperta, tinha sobrevivido ao ritual de passagem, depois de brigar com o segurança fui procurar um sofá para sentar e chorar e antes de me recobrar pedir desculpas a todo mundo. Será que foi de vergonha que larguei a facul 3 meses depois??? Não, lá não...
Bom, da ultima vez nem chorei, estou progredindo! Bom, seja lá como for fico feliz por em todos aqueles momentos ter alguém ao meu lado; a Amanda e o Piu, o Bagua, a Novs, a Cau e a Kota (alias, você não conta pois tava tão bêbada quanto eu), e desta ultima a Vanner que colocava pipoca na minha boca enquanto eu tentava descobrir porque estava tão difícil manter a cabeça erguida.
Putz Wilton, eu não consegui provar nada de surreal com o álcool, nenhuma visão alem de turva. Mas valeu por perceber que de repente é bom ter alguém cuidando da gente, né?


segunda-feira, abril 07, 2003

 
De ontem para hoje esse blog teve 8 acessos. Tá, eu mandei o endereço dele para um monte de gente, mas fiquei curiosa pra saber quem foi o primeiro a acessar. A primeira imagem é que vai dizer quantos vão voltar. Então tá decidido, esse vai ser o tema do blog essa semana; os primeiros.
Dizem que nunca esquecemos o primeiro beijo, o primeiro amigo, a primeira transa, o primeiro fora, o primeiro sutiã... Ficamos ansiosos com o primeiro filho, o primeiro dia de trabalho, a primeira vez na direção. Ainda lembro quando peguei a marginal do Tietê pela primeira vez, suava bicas, hoje.... bom, ainda não morro de amores por ela.
Acho que não fui a primeira de ninguém, será que estou destinada a me casar com um divorciado? Não lembro de ter sido o primeiro beijo de alguém, nem a primeira transa, nem a primeira aluna, nem mesmo primeira filha, neta ou relativo. Se fui primeiro amor de alguém também não fiquei sabendo (favor informar).
E por falar em primeiro amor... Não sei pra vocês, mas para mim é difícil definir um. Tem aquele cara do pré-primário que todo mundo falava ser seu namorado (Meu sobrinho de 3 anos me apresentou a namorada dele a uns 3 meses atrás. Perguntei dela ontem, "morreu", como?, "eu matei ela"), então esse amor é meio questionável. Depois vem aquele amor do tipo ele tem 3 anos a mais que você, já está na oitava série e você nunca falou com ele e hoje nem lembra o nome do fulano. Tempos depois você encontra sua alma gêmea, vocês combinam em tudo, são parecidos, você está amando, você... está de saco cheio daquela mesmice e se pergunta o que esta fazendo com aquela pessoa. Até que você encontra aquele alguém que te deixa bobo, babando e você gagueja cada vez que tenta falar e enquanto isso durar, você saberá que este é seu primeiro amor pois nada nunca foi igual. Talvez na verdade todos os amores sejam primeiros porque são únicos em sua forma e nenhuma forma de amor deve ser ignorada.
Vou me retirar antes que fique dramático demais.


domingo, abril 06, 2003

 
"Obras-primas não são fruto de um nascimento solitário. Elas são a consequência de vários anos de pensamento em comum, de tal modo que a experiência da massa está por trás de uma única voz."
Virginia Wolf


sábado, abril 05, 2003

 
Tem gente que diz se lembrar da vida no útero materno. Olha que eu tenho uma excelente memória, mas não chega tão longe assim. A minha memória mais antiga, acho que eu tinha uns dois anos, lembro de estar na sala, ao lado do sofá, sentada num piniquinho cor-de-rosa. Freud deve ter razão, para eu lembrar disso, é porque deve ter significado algo.
O quanto será que aquilo me afetou? Não sei se tanto quanto o fato de minha mãe me dar um gibi na mão sempre que eu ia ao piniquinho. Isso não só me transformou numa leitora voraz como também me criou sérios problemas quanto a livrarias e bibliotecas.
Diagnostico: na psicologia comportamental diríamos que ocorreu um condicionamento respondente.
Mas a vida é muito mais que isso, não?
Nós não nos constituímos só de fatos mas também de memória. É por isso que resolvi escrever este blog, a cada linha escrita é minha vida que se reconstitui, a cada linha lida é o leitor que se constituindo. Como disse a Irmã Guerra, rever "para resignificar".
Não é mudar o passado, é clarear o presente.

 
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.


Fernando Pessoa, 1934

"A vida é como topografia, Haroldo. Há picos de felicidades e sucessos... pequenos campos de chata rotina... e vales de frustrações e fracassos..."
Calvin & Harold


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